É o termo sânscrito que significa expansão e libertação, refere-se a um conhecimento milenar hindu, um complexo sistema de descrição da realidade, como uma ciência prática e aplicável, que tem por objetivo o desenvolvimento integral do ser humano nos seus aspectos físico, mental e espiritual.
* “Quando uma ação ou uma coisa, uma vez concluída, se torna benéfica em vários assuntos para uma pessoa, ou para muitas pessoas, isso é conhecido como Tantra. (…)”
– Sabara, século 6
** “Textos medievais apresentam suas próprias definições de Tantra. O Kāmikā-tantra, por exemplo, dá a seguinte explicação do termo tantra:
Porque elabora (tan) assuntos copiosos e profundos, especialmente relacionados aos princípios da realidade (tattva) e mantras sagrados, e porque fornece liberação (tra), é chamado de tantra.”
* / ** fonte: Wikipedia
É baseado na união de Shiva (a força ativa, masculina) e Shakti (a força passiva, feminina) também conhecida como unyo mystica, uma integração plena, não dual, completamente em harmonia, como forma de alcançar a plenitude e a iluminação.
Está centrado no desenvolvimento e despertar da Kundalini, a “serpente” de energia ígnea, de natureza biológica e manifestação sexual, situada na base da espinha dorsal e que ascende através chakras até atingir o Samadhi (suspensão e compreensão da existência e a comunhão com o universo).
No Tantra, o corpo é visto não como obstáculo mas como meio para atingir este estado de conhecimento e iluminação.
Como instrumento de expansão da consciência, o Tantra propõe a quebra de tabus e repressões que bloqueiam o livre fluxo da energia no corpo. Com isso aumenta sua capacidade de liberação e expansão dessa energia, gerando um novo estado de percepção e consciência.
Ao me inspirar no Tantra procuro trazer para o indivíduo essa capacidade de se abrir para uma vida mais livre, centrada no momento presente e integrada ao seu corpo, que passa a ser seu maior aliado nesse processo de transformação.
A intimidade de ser tocado em todo o corpo e permitir que este expresse todo seu prazer livremente, sem julgamentos ou vergonhas, liberta em nós um aspecto de nossa personalidade que é a grande força que nos movimenta em direção aos nossos objetivos.
Muitas vezes somos conduzidos por essa força inconscientemente, sem saber ao certo em que direção nos leva.
Tornar essa força manifesta é unir-se a ela é participar consciente da decisão de qual objetivo alcançar, então com muito mais assertividade e força.

Tanto tempo em nossas vidas nos dedicamos a aprender novos ofícios, desenvolver aptidões e potenciais. Nos ensinam a trabalhar e estudar, mas quanto tempo dedicamos a aprender a amar, a sentir e a expressar nossa sexualidade de forma integral?
Em geral em nossa cultura ocidental somos muito mentais. E o ego, através de medos, vergonhas, expectativas e preocupação com papéis, tenta negar ao corpo o direito de ser o protagonista.
No momento em que nos entregamos a sentir, sem essas distrações do ego, aprendemos a ir mais e mais fundo dentro de nós mesmos, para expressar nossa espontaneidade e acessar nossa verdadeira força de existir.